domingo, 7 de agosto de 2011

Mastigar 40 vezes pode ser um segredo para emagrecer

Fonte: Artigo
Mastigar quarenta vezes cada garfada, em vez da média normal de 15 vezes, fez com que os participantes do estudo ingerissem menos 12 por cento de calorias, explicou Jie Li, coordenadora do estudo da Harbin Medical University da China. “Comparativamente com os participantes magros, os participantes obesos tiveram uma taxa de ingestão mais elevada e mastigaram menos vezes por cada grama de comida”, concretizou a investigadora, citada pela Reuters. E acrescentou: “Independentemente do peso, os sujeitos que mastigaram 40 vezes ingeriram menos 11,9 por cento de calorias dos que mastigaram 15”.


A equipa de Jie Li deu um pequeno-almoço a 14 rapazes obesos e a 16 rapazes com um peso equilibrado para observar as diferenças entre a forma como mastigavam. O grupo tentou também perceber se mastigar mais vezes ajuda ou não as pessoas a comerem menos e que efeitos tem isso nos níveis de açúcar no sangue e em certas hormonas responsáveis por regular o apetite.

Contactada pelo PÚBLICO, a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Alexandra Bento, sublinhou que “mastigar devagar e muitas vezes já é uma recomendação comum nas consultas de nutrição”, independentemente da evidência científica que existe sobre o assunto e que é muita. “Há várias explicações fisiológicas que o justificam e o mastigar mais vezes e devagar ajuda o reflexo de saciedade que como se sabe não é automático. Estar à mesa deve ser um momento de prazer e de saúde e isso passa por demorar mais algum tempo e por mastigar de forma a saborear todos os alimentos”, lembrou a especialista.

O segredo estará nas hormonas?

Já outros estudos anteriores tinham mostrado que comer depressa e mastigar a comida poucas vezes potencia a obesidade. Mas também houve artigos que não conseguiram provar esta correlação. No entanto, esta investigação chinesa conseguiu mostrar que a mastigação influencia os níveis hormonais que “dizem ao cérebro quando começar e quando parar de comer”. Em causa está uma hormona chamada grelina que aparentemente vê os seus níveis baixarem quando mastigamos mais, reduzindo a sensação de fome. Pelo contrário, a hormona CCK (colecistocinina ou colecistoquinina) vê os seus níveis aumentarem, o que faz com que a informação de saciedade chegue mais rapidamente ao cérebro. 

Os investigadores, apesar de reconhecerem que a amostra utilizada só incluiu homens jovens, que foi demasiado pequena e que são necessários mais estudos, acreditam que a descoberta relacionada com estas duas hormonas pode influenciar futuras terapêuticas na área da obesidade, ajudando a controlar o apetite. Os autores não encontraram diferenças entre o tamanho das garfadas/dentadas entre os dois grupos de participantes, assim como nenhuma relação entre o tempo de mastigação e os níveis de açúcar ou de insulina no sangue.

Sobre a redução de quase 12 por cento das calorias no grupo, Adam Drewnowski, director do Centro de Investigação da Obesidade na Universidade de Washigton, em Seattle, lembrou, também à Reuters, que tal descida pode significar uma perda de peso anual superior a dez quilos. Ainda assim, o especialista ressalvou que muita da comida que ingerimos, como a sopa ou mesmo os gelados, é líquida – pelo que o potencial de redução pode ser afectado.

Fonte: Público

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