No meio corporativo, existe o consenso de que ter um bom desempenho no trabalho depende muito da qualidade de vida. Além de receber um bom salário ou benefícios vantajosos, atualmente é muito importante se sentir bem no ambiente em que atua. O lado financeiro é importante, mas, há tempos, não é mais o fundamental.
A pessoa organizada, que sabe administrar o próprio tempo e que consegue conciliar as diversas áreas da vida, estará, consequentemente, ganhando qualidade em todas elas. Isso está relacionado à família, trabalho e saúde. Tendo equilíbrio nestas esferas, o profissional irá performar melhor, conquistar melhores resultados e será mais feliz.
Trabalhar diariamente apenas pela questão monetária não é o ideal. O indivíduo deve listar atitudes e atividades para que possa se sentir bem consigo mesmo. “Tenho percebido que a questão do tempo é uma peça-chave. É tentar se desligar de assuntos relacionados à profissão nos períodos de folga e, dentro do dia, fazer coisas que gosta. É importante também ter uma relação boa com a equipe e com os demais colegas de trabalho”, aponta Cecília Shibuya, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).
Não adianta o profissional pensar que não será cobrado por seu desempenho, pois a competitividade do mercado é cada vez maior. Traçar metas é essencial e a pessoa deve fazer um planejamento de seus objetivos para evitar estresse e ansiedade. O mais adequado é alinhar as necessidades do dia a dia para que transcorram da melhor forma a fim de viver com mais satisfação.
Além do estresse decorrente das pressões e responsabilidades, o ambiente de muitas organizações não é saudável. Isto acarreta em diversos impactos negativos como o presenteísmo (estar no trabalho, mas com a mente desconectada das atividades), absenteísmo (faltar no trabalho), afastamentos por doença e, consequentemente, queda no nível de produtividade como um todo. “O trabalho é uma fonte de realização e as pessoas devem gostar do que fazem. Se aquilo que o profissional tem, considera não ser benéfico, é preciso buscar outra possibilidade. Se sentir mal no trabalho afeta o lado afetivo, intelectual, familiar, e a pessoa acaba adoecendo”, explica Shibuya.
Recursos Humanos
Um RH estratégico é fundamental e faz com que os líderes compreendam que os subordinados têm suas necessidades e anseios para performar com qualidade. As organizações consideradas melhores para trabalhar são preocupadas em oferecer programas de qualidade de vida. Os principais benefícios são aumento de produtividade, retenção de talentos e clima favorável.
“Tenho visto que as empresas estão, cada vez mais, consumindo seus funcionários, sem pensar na felicidade no trabalho. Produzir mais com menos faz com que as pessoas fiquem sobrecarregadas, cansadas e acabem atingindo um nível de estresse tão alto que impacta diretamente na vida particular”, opina Lenora de Oliveira Santos, coach pessoal e profissional.
Horas de dedicação
De acordo com a mais recente pesquisa “A Contratação, A Demissão e A Carreira dos Executivos Brasileiros”, realizada pela Catho Online com mais de 46 mil respondentes das mais variadas áreas e níveis hierárquicos, o brasileiro trabalha, em média 43,1 horas por semana, sendo que 17,8% do total admite executar suas tarefas semanais por, no mínimo, 51 horas:
Para Lenora, não saber administrar o lado particular e o trabalho faz com que as outras esferas da vida se descompensem, gerando frustrações e uma série de sensações negativas que vão impactar na atividade profissional.
“O suporte social e ter com quem contar e dividir experiências, é extremamente importante. O envelhecimento saudável depende da convivência maior com a família e amigos. Percebo cada vez mais as pessoas buscando fazer atividades físicas, ações sociais e usufruir das férias desconectando-se totalmente do mundo tecnológico, entre outras ações”, completa a vice-presidente da ABQV.
Fonte: Catho