sexta-feira, 13 de julho de 2012

Vacina contra a obesidade já em fase de testes


Um novo estudo, a será  publicado em breve no «Journal of Animal Science and Biotechnology», avalia a eficácia de duas vacinas (JH17 e JH18) na redução do ganho de peso e no aumento da perda de peso. Realizada com ratinhos, esta investigação pode ser um passo importante para a medicina lidar de uma forma mais eficaz com os problemas de obesidade.

As vacinas criam anticorpos contra o hormonio somatostatina. Esta, limita a ação de outras duas substâncias, o hormonio de crescimento (GH) e a IGF-1, uma proteína de fator de crescimento. Ambas contribuem para o aumento do metabolismo, o que pode levar à redução de peso.

A vacinação com somatostatina modificada faz, assim, que o corpo produza anticorpos à somatostatina, removendo efetivamente esta inibição, sem interferir diretamente com os hormônio de crescimento. Consequentemente, provoca um aumento do gasto energético e a perda de peso.

Keith Haffer, do Braasch Biotech LLC, testou a vacina em dois grupos de dez ratos obesos. Os animais foram alimentados com uma dieta rica em gorduras durante oito semanas e continuaram a ser alimentados durante o tempo da experiência, seis semanas.

As vacinas foram administradas no início e a meio (como reforço). Quatro dias depois da primeira injeção, os ratos perderam 10 por cento do peso. No fim do estudo, os resultados mostraram que ambas as vacinas tiveram eficácia sem afetarem os níveis da hormona IGF-1 nem da insulina.

“O estudo demonstra a possibilidade de tratar a obesidade através da vacinação”, considera Keith Haffer. No entanto, são necessários mais estudos para perceber as implicações a longo prazo das vacinas.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Política nacional de alimentação e nutrição é compromisso!


Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, atesta o compromisso do Ministério da Saúde com os males relacionados à escassez alimentar e à pobreza, sobretudo à desnutrição infantil e materna, bem assim com o complexo quadro dos excessos já configurado no Brasil pelas altas taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade, na população adulta.


terça-feira, 10 de julho de 2012

Vitamina B de bom humor.




Escolhas feitas à mesa têm tudo a ver com a maneira como você leva a vida. O time vitaminado do complexo B não pode faltar no prato de quem deseja manter a apatia e o desânimo bem longe da rotina.
por Paula Desgualdo 

Às vezes o dia acorda mais cinzento. Bate aquele cansaço, uma preguiça quase insuportável de encarar o mundo. Quando isso acontece, repare que é comum jogar a culpa no excesso de trabalho, nas vias intransitáveis da cidade, entupidas de veículos, e nas contas a pagar. Sobra até para a sogra, mas raramente relacionamos a falta de ânimo ao que comemos. Segundo pesquisas recentes, já está mais do que na hora de levar esse elo a sério. "Muitas doenças de fundo emocional são favorecidas, também, pela alimentação", revela a nutricionista Silvia Papini, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior de São Paulo. 


Esqueça a ideia de que abocanhar um chocolate é a solução para melhorar o humor. Está certo que uma barra de cacau que derrete na boca é puro deleite. No entanto, vamos falar aqui de como nossos hábitos alimentares podem contribuir para a produção e a manutenção de substâncias que preservam o alto-astral. Nesse cenário, destacam-se algumas vitaminas do complexo B. Acaba de ser publicado pelo Instituto Rush para o Envelhecimento Saudável, nos Estados Unidos, um trabalho que evidencia o vínculo entre o consumo de B6 e B12 e a prevenção de sintomas de depressão. "Níveis insuficientes desses micronutrientes estão associados à doença", escreve Kimberly Skarupski, professora do Centro Médico da Universidade Rush, em artigo enviado a SAÚDE. Em outras palavras, investir nas fontes dessas substâncias ajudaria a afastar a fadiga e os pensamentos negativos. 


Por sorte, elas estão bem distribuídas nos alimentos. "Carnes, ovos e folhas verdes são ricos em vitaminas do complexo B", conta a nutricionista Lara Siqueira, da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem-Estar, em São Paulo. "O problema é que a população não está comendo direito", acredita Silvia Papini. O resultado desse descuido é o surgimento de problemas que acometem o corpo todo — e podem, inclusive, abrir as portas para o mau humor.  
Talvez você tenha notado a ausência de algumas integrantes da família B na tabela da página anterior. Não se trata de nenhum tipo de discriminação. Na verdade, aquelas representadas pelos números 1, 6, 9 e 12 aparecem com mais frequência nos estudos que estabelecem a ponte entre a geladeira e o cérebro. Mas, como você vê no quadro ao lado, a trupe não se encerra por aí.


Justificativas à parte, o fato é que estamos diante de micronutrientes capazes de modular a fabricação de neurotransmissores, substâncias químicas que promovem a comunicação entre as células do cérebro. Pesquisadores do Laboratório de Neurobiologia da Depressão da Universidade Federal de Santa Catarina mostravam que o folato, por exemplo, contribui indiretamente para a formação de serotonina, um dos neurotransmissores por trás da felicidade e da disposição. No organismo, a vitamina passa por uma série de transformações e acaba envolvida na produção desses mensageiros da alegria. Sem falar que ela é essencial para o desenvolvimento da massa cinzenta — as gestantes são orientadas a caprichar em suas doses justamente pelo bem do sistema nervoso da criança. 


"Em meu doutorado, estudo os efeitos do ácido fólico em modelos animais com transtornos como a esquizofrenia", conta a farmacêutica Josiane Dudni, que realiza suas pesquisas na universidade catarinense. Ela desconfia que a B9, presente nos cogumelos, nos brócolis, no tomate e na rúcula, influencia também na liberação da dopamina e da noradrenalina, que completam o trio paz e amor. "Mas essa ação ainda não está clara e precisa ser investigada", pondera. Faltou falar da B1, ou tiamina, que não é menos importante do que suas irmãs. Encontrada na carne de porco e no pistache, ela participa da conversão da glicose em energia — e, sem energia, a mente cede às pressões do cotidiano. 


Depois de conhecer os benefícios do complexo B para a cabeça, vai dar vontade de largar a revista correndo e ir direto comprar a versão encapsulada da vitamina. Mas essa não é uma boa ideia. "É muito comum as pessoas apresentarem reações adversas ao consumo exagerado dessas substâncias, como manchas vermelhas na pele", avisa Silvia Papini. Sem contar que uma dieta equilibrada é perfeitamente capaz de suprir as necessidades diárias de um adulto saudável. "O caso dos vegetarianos é diferente", lembra Lara Siqueira. "Como eles não ingerem carne, a principal fonte de vitamina B12, devem procurar a orientação de um especialista", acrescenta. O mesmo vale para quem foi submetido a uma cirurgia bariátrica. Nessa situação, o organismo perde a capacidade de sintetizar a B12. 


Equilibre o seu humor 


É claro que apostar apenas nas protagonistas desta reportagem não é o suficiente para viver feliz para sempre. "O consumo de carboidratos e de algumas proteínas é fundamental para evitar a tristeza", lembra Ivan de Araújo, neurocientista da Universidade Yale, nos Estados Unidos (veja por que no quadro da página seguinte). E é bom deixar claro que a alimentação é um dos diversos fatores, e não o único, envolvido no surgimento de males como a depressão. Não dá para excluir a tendência genética e as influências do próprio ambiente. "Para evitar o mau humor, nenhuma receita funciona sem este ingrediente: equilíbrio", finaliza José Alves Lara Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. Experimente começar por aí.



Para sorrir sempre
 VITAMINA B1 (TIAMINA) 
Homens: 1,2 miligrama/dia
Mulheres: 1,1 miligrama/dia
Onde encontrar: 1 bife de fígado
grande fornece 0,3 miligrama
 VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) 
Homens: 1,3 miligrama/dia
Mulheres: 1,3 miligrama/dia
Onde encontrar: 2 bananas-pratas
ou 2 batatas assadas fornecem
0,52 miligrama
 VITAMINA B9 (FOLATO) 
Homens: 400 microgramas/dia
Mulheres: 400 microgramas/dia
Onde encontrar: 1 tomate médio
fornece 249 microgramas
 VITAMINA B12 (COBALAMINA) 
Homens: 2,4 microgramas/dia
Mulheres: 2,4 microgramas/dia
Onde encontrar: 1 filé de salmão
pequeno já fornece a recomendação
diária
As outras B 

Elas não costumam ser muito citadas em pesquisas sobre a modulação do humor, mas não sejamos injustos. Nosso corpo, e mesmo o cérebro, precisa de B2, B3, B5 e biotina, as outras vitaminas do complexo B, tanto quanto de qualquer nutriente. Aliás, muitos médicos lançam mão da B3 para aplacar os sintomas da tensão pré-menstrual na mulherada, um sinal de que ela também tem seu papel no controle da irritação. As fontes são praticamente as mesmas em que se encontra o resto da família: carnes e ovos, principalmente.

Mais ingredientes da alegria 

Triptofano
"A serotonina depende desse aminoácido para ser produzida", comenta Ivan de Araújo, da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Diferentemente das vitaminas do complexo B, ele tem relação direta com a constituição do neurotransmissor. Portanto, trate de colocar feijão, grão-de-bico, ervilha, carnes, peixe, leite e ovos no prato. 

Fenilalanina
Aproveite os alimentos citados acima para extrair suas pitadas desse outro aminoácido essencial, ou seja, que não é produzido pelo organismo. Ele será transformado em tirosina e participará da produção de dopamina e noradrenalina, neurotransmissores que definem como reagimos diante do mau humor alheio. 

Carboidratos
Nem pense em deixá-los de lado. O cérebro precisa de glicose para funcionar, e é nos pães, nas massas e no arroz que a encontramos em boas quantidades — prefira as versões integrais, que contêm mais fibras, as responsáveis por tornar a absorção do açúcar mais lenta. De quebra, esses alimentos disparam processos no corpo que permitem que o triptofano trabalhe melhor. 

Minerais
Magnésio, potássio, cobre, selênio... Existem indícios de que o quarteto deixa as células do cérebro mais ligadas. Para que eles não faltem no seu dia a dia, coma tofu, semente de abóbora, banana, abacate e oleaginosas.

Design: Glenda Capdeville | Fotos: Alex Silva | Produção: Andréa Silva

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