sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Beber leite depois de comer alimentos açucarados pode reduzir o risco de cáries

Bebida pode ajudar a diminuir os níveis de placa e evitar danos ao esmalte dos dentes

Tomar leite logo em seguida à ingestão de um cereal com açúcar no café da manhã, por exemplo, pode ajudar a diminuir as cáries nos dentes, indica um recente e pequeno estudo.

Beber leite depois de comer cereais com adição de açúcar pode reduzir os níveis de placa e evitar danos ao esmalte dos dentes, que leva a cáries, disseram pesquisadores da Universidade de Illinois, da Faculdade de Odontologia de Chicago.

Depois de comer amido, cereais açucarados, as bactérias da placa na superfície do dente produzem ácidos, de acordo com a pesquisadora Christine Wu, professora de odontopediatria e diretora de cariologia. Relatórios mostram que a ingestão de carboidratos quatro vezes ao dia, ou em quantidades superiores a 60 gramas por pessoa por dia, aumenta o risco de cáries.

Christine e sua equipe de pesquisadores recrutaram 20 adultos, que consumiram 20 gramas, ou cerca de um copo, de um cereal açucarado e depois ingeriram diferentes bebidas: leite integral, suco 100% de maçã ou água de torneira.

O PH da placa, ou acidez, foi medido com um microeletrodo colocado entre os dentes pré-molares antes de eles comerem, aos dois e aos cinco minutos depois de comerem, e depois de dois a 30 minutos após beberem um líquido. O pH caiu rapidamente nas placas após o consumo apenas de cereais, e se manteve ácida com pH 5,83 a 30 minutos. Um pH abaixo de 7 é ácido, um pH maior do que 7 é básico. A água pura tem um pH próximo de 7.

Os indivíduos que beberam leite depois de comer os cereais apresentaram a maior elevação do pH, 5,75-6,48 aos 30 minutos. Aqueles que beberam suco de maçã se mantiveram no pH 5,84 aos 30 minutos, enquanto a água elevou o pH para 6,02.

Sucos de frutas são considerados escolhas alimentares saudáveis, mas a adição de açúcar pode ser um risco para a saúde dental, de acordo com Christine.

Estudos anteriores mostraram que a ingestão de queijo após a refeição açucarada reduz a produção de ácido, disseram os pesquisadores, e que os consumidores podem modificar sua dieta, para evitar os efeitos de alimentos açucarados causadores das cáries nos dentes.

A pesquisa, anunciada dia 31 de julho, está publicada no Journal of the American Dental Association.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Queijo parmesão e macarrão instantâneo são campeões em sódio, diz Anvisa

Pesquisa mostra que brasileiros consomem duas vezes mais sal do que o recomendado

A população brasileira consome duas vezes mais sal em relação à quantidade recomendada e grande parte vem de alimentos industrializados. Pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que os campeões em alto teor de sódio são o queijo parmesão ralado, o macarrão instantâneo, os embutidos (mortadela) e o biscoito de polvilho.

O queijo parmesão ralado lidera o ranking, com teor médio de 1.981 miligramas de sódio por 100 gramas do produto. Nas colocações seguintes, aparecem o macarrão instantâneo e a mortadela. O biscoito de polvilho tem quantidade média de 1.092 miligramas do ingrediente para cada 100 gramas. O queijo ricota, muito consumido em dietas, também apresentou altas variações de sódio entre as marcas avaliadas. Ao todo, foram analisados 496 produtos de 26 categorias de alimentos.

Os alimentos industrializados representam 20% da dieta alimentar. O brasileiro consome, em média, 11,75 gramas de sal e 4,7 gramas de sódio, quando o recomendado é 5 gramas e 2 gramas, respectivamente. O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. “A Anvisa vai dizer que tudo que está além é muito e a indústria, que tudo que está abaixo do limite, é pouco. No meio, estão os consumidores, quem nos interessa”, diz o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

Macarrão instantâneo
O governo e representantes da indústria e dos supermercados firmaram acordo, iniciado em 2011, pela diminuição progressiva do sódio nos alimentos. A partir de 2013, produtos com menos sódio já deverão estar disponíveis no mercado. “Existe a mentalidade de que tudo que é bom engorda ou faz mal. Uma mudança de hábito é complicada, mas pode ser feita gradualmente. E é esse o objetivo da Anvisa. O acordo vai ajudar a reduzir aos poucos a quantidade de sal nos produtos”, disse José Agenor Álvares, diretor de Monitoramento e Controle da Anvisa.

De acordo com o nutricionista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Rafael Claro, a população está mais preocupada com a perda da qualidade de vida do que riscos de sofrer doenças devido ao consumo de sal. O excesso de sódio na alimentação eleva o risco de doenças do coração, obesidade e diabetes, por exemplo. “Antigamente, as pessoas sofriam de hipertensão aos 70 anos. Hoje, há casos aos 25 anos.”

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), que responde por 70% do setor, informou que não “teve acesso aos resultados do monitoramento do conteúdo de sódio nos alimentos processados no período 2010-2011”.

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