Enquanto norte-americanos fazem fila para se vacinar contra a gripe,
eles devem considerar que as vacinas podem ser muito menos eficazes do
que se pensa, segundo um novo estudo. Michael Osterholm, especialista em
doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, e seus colegas
descobriram que a vacina da gripe mais comum nos Estados Unidos é eficaz
para 59 por cento dos adultos saudáveis, bem abaixo do nível de 70-90
por cento relatado anteriormente.
"Estamos presos a uma vacina que já existe há 60 anos e não mudou
muito", Osterholm disse em declarações gravadas. Ele salientou a
necessidade de uma nova geração de vacinas contra a gripe,
particularmente diante de uma futura pandemia. Há também uma falta de
informação sobre quão bem a vacina funciona em crianças e em adultos com
mais de 65 anos, disse ele. Estes dois grupos correm maior risco de
doença ou morte associadas à gripe.
Autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendam que todos os
americanos acima de seis meses de idade tomem uma vacina contra a gripe.
Quase 131 milhões de pessoas, ou 43 por cento da população do país,
receberam a vacina contra a gripe na temporada passada, de acordo com o
Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla em inglês).
A Sanofi, a GlaxoSmithKline, a Novartis, a MedImmune, unidade da
AstraZeneca, e a CSL produzem vacinas para o mercado dos EUA. Enquanto
Osterholm não contesta a necessidade das vacinas atuais, ele disse que a
percepção comum de que elas são "suficientemente boas" impede o
desenvolvimento de novas terapias.
Em um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases,
Osterholm e colegas selecionaram 5.707 estudos de vacinas publicados nos
últimos 40 anos. Eles reduziram suas análises a 31 estudos que testaram
para a presença da gripe em testes de laboratório, em vez de contar um
aumento dos anticorpos contra a gripe ¿ um método mais rápido, mas que
pesquisadores dizem que tende a superestimar a eficácia da vacina.
Eles também limitaram os resultados para aqueles que usaram ensaios
clínicos randomizados ou outros métodos de observação que não têm "viés
de seleção", que poderia fazer com que as pessoas mais doentes ficassem
fora do estudo. Uma análise dos 31 estudos também mostrou que um novo
tipo de vacina que utiliza um vírus vivo era 83 por cento eficaz na
proteção das crianças entre seis meses e sete anos de idade.
No entanto, este tipo de vacina, que é feito pela MedImmune, atualmente
não é recomendado como o melhor tratamento para as crianças pelo grupo
do CDC, que decide práticas de imunização nos Estados Unidos, disseram
os autores do estudo. O estudo na Lancet foi publicado antes de uma
reunião deste grupo na quarta-feira.
Fonte: Terra
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