Descoberta de pesquisadores noruegueses derruba os argumentos que sustentam as dietas consideradas "salvadoras"
A dieta é a chave para controlar a nossa suscetibilidade pessoal
genética para a doença. Ao escolher o que comemos, optamos se vamos
oferecer aos nossos genes as armas que causam doenças. Mas, então, o que
devemos comer? Respostas com recomendações para dietas saudáveis não
faltam. Porém, qual seria a resposta a essa pergunta se soubéssemos como
os nossos genes respondem aos alimentos que ingerimos e como eles
afetam o processo celular que nos faz saudáveis (ou não)?
A
resposta que cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência e
Tecnologia encontraram pode surpreender: a melhor dieta do ponto de
vista de um gene deve ser composta por um terço de proteínas, um terço
de gorduras e um terço de carboidratos. Segundo o recente estudo
publicado no site da instituição, esta seria a melhor receita para limitar o risco de doenças relacionadas aos hábitos de vida.
Doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes
No
estudo, os pesquisadores Ingerid Arbo e Hans-Richar Brattbakk
alimentaram pessoas que estavam um pouco acima do peso com dietas
diferentes, que demonstraram efeito sobre a expressão gênica — o
processo no qual a informação da sequência de um gene do DNA é traduzida
em uma substância.
Os cientistas descobriram, por exemplo, que
uma dieta com 65% de carboidratos faz com que vários tipos de genes
tenham que "fazer horas extras", isto é, trabalhem muito mais.
De
acordo com a supervisora do estudo, Berit Johansen, isto afetaria não
apenas os genes que causam inflamações, mas também genes associados ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cânceres, doenças mentais e
diabetes tipo 2 — as principais doenças relacionadas ao estilo de vida.
Mude a sua dieta
A
descoberta dos pesquisadores noruegueses derruba os argumentos que
sustentam as dietas que você ouviu que o salvariam. Segundo a
publicação, o que acontece é que existem várias recomendações e uma
grande variação quanto à forma como são justificadas cientificamente.
—
Ambas as dietas de baixa e alta ingestão de carboidratos estão erradas.
Mas a dieta com ingestão reduzida destes nutrientes está mais próxima
de uma alimentação correta — explica a pesquisadora.
Segundo ela,
a dieta não deve conter mais de um terço de carboidratos (até 40% das
calorias) em cada refeição, caso contrário, os genes são estimulados
para iniciar atividade que gera inflamação no corpo.
No entanto, a
professora adverte que cortar completamente os carboidratos e ingerir
mais gorduras e proteínas também é prejudicial. O ideal seria manter um
equilíbrio sempre.
A recomendação de Berit é que os três
nutrientes sejam ingeridos em cinco ou seis pequenas refeições diárias e
não somente na refeição principal.
— Se você quer reduzir a probabilidade de doenças, porém, a mudança na dieta tem de ser permanente — explica.
Fonte: Clic RBS
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