Uma das doenças que mais avança sobre a população mundial, o
diabetes, teve na última segunda-feira o seu Dia Mundial para alertar a
sociedade.
A nutricionista Bruna Murta, da rede Mundo Verde, explicou ao Portal da Band que
o diabetes é uma doença crônica caracterizada pela alteração na
insulina – hormônio responsável pelo transporte da glicose (açúcar) do
sangue para o interior das células. “Quando ocorre falha na secreção ou
na ação deste hormônio, ocorre hiperglicemia (níveis elevados de açúcar
no sangue), que pode levar a diversas complicações à saúde”, explica.
O
diabetes pode ser dos tipos 1 e 2. “O diabetes tipo 1 é quando a pessoa
tem pouca ou nenhuma insulina. Ele ocorre quando as células do
pâncreas, que produzem a insulina, são destruídas. Esse tipo geralmente
aparece em crianças ou em adolescentes não obesos. Já no tipo 2, as
pessoas têm menor capacidade de liberar insulina do que os indivíduos
normais, e, ao contrário dos pacientes com diabetes tipo 1, esses
pacientes não são dependentes de injeções de insulina. Esse tipo,
geralmente, aparece após os 40 anos de idade e está associado à
obesidade”, explica o endocionolista Walter Minicucci, vice-presidente
da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e médico assistente da
disciplina de Endocrinologia da Unicamp.
“O tipo 1, geralmente, é
adquirido ao longo da vida e o peso não aumenta o risco dessa doença.
Já o tipo 2 se instala silenciosamente, onde – geralmente- os primeiros
sintomas são a alteração visual, doença vascular e outros”, declara
Minicucci.
O endocrinologista afirma que o aumento de casos de
diabetes, especialmente do tipo 2, em países em desenvolvimento decorre
de alguns fatores como aumento da obesidade, sedentarismo, maus hábitos
alimentares e do próprio envelhecimento da população.
Depoimento de quem tem o diabetes
A
jornalista Lâna Cortes, de 51 anos, passou por muito tempo no limite da
taxa de açúcar no sangue e há dez anos descobriu ter a diabetes tipo 2.
“Sempre senti muita sede, suor excessivo e, além disso, sinto um gosto
diferente na boca que é indescritível”, declara.
De acordo com
Minicucci, quando não controlada adequadamente, a doença pode acarretar
complicações graves como retinopatia diabética – que pode causar perda
visual definitiva –, catarata precoce, alteração da função renal que
pode levar o paciente para a hemodiálise, alterações neurológicas que
podem ocasionar dores em membros inferiores, além de atrofias musculares
e complicações cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente
vascular cerebral).
Para Lâna, o que mais lhe afeta é não poder
comer chocolate todos os dias. No entanto, segundo a jornalista, sua
maior preocupação é a perda de visão. “ Eu acredito que depois da
comprovação da doença eu comecei a enxergar bem menos”, revela.
O
advogado, economista e administrador de empresas Richard Bernardes, de
40 anos, descobriu ter diabetes tipo 2 há três anos. “ Meus primeiros
sintomas foram depressão, dor de cabeça, sonolência e alteração de humor
muito repentina. Meu sistema nervoso ficou totalmente afetado.” O
advogado afirma que ainda sente alguns desses sintomas, porém com
tratamento contínuo eles aparecem com menos intensidade.
Como controlar a doença
Para
o tratamento da diabetes tipo 2, Minicucci afirma que, além dos
medicamentos, para melhor controlar a controlar a doença as pessoas
devem fazer uma dieta saudável, rica em fibras e pobre em gorduras
saturadas. É muito importante ainda não ganhar peso: se a pessoa estiver
acima do peso, ela deve voltar ao peso normal. Além disso, para
melhorar o controle da doença, segundo ele, é fundamental exercitar-se
no mínimo três vezes por semana (de 45 minutos a uma hora).
Sobre
o uso do medicamento victoza (liraglutida) - utilizado no tratamento do
diabetes tipo 2 -, o médico esclarece que o remédio causa o
emagrecimento em alguns pacientes, porém, foi fabricado para o uso dos
diabéticos. “ Meus pacientes consomem o victoza e realmente o remédio
tem um bom resultado. Mas para os que não sofrem dessa doença, o o
victoza aumenta o risco de desenvolvimento de pancreatite, doença que
pode levar o pâncreas a destruição”, finaliza.
Fonte: Band
Nenhum comentário:
Postar um comentário