O encurtamento do tempo de dormir tornou-se um hábito comum na
sociedade atual e, curiosamente, em todos os países a obesidade tem se
tornado uma verdadeira epidemia, sugerindo uma associação entre ambos.
Hoje em dia sabe-se que distúrbios do sono têm o poder de influenciar o
equilíbrio nutricional e metabólico do corpo, e vários estudos têm
mostrado que sua restrição tem relação com maior prevalência de
obesidade, dislipidemias e diabetes.
A privação de sono costuma provocar uma alteração do padrão hormonal que
controla fome e saciedade, ocasionando um desequilíbrio dos mesmos, com
aumento do apetite para alimentos com alta quantidade de carboidratos.
Outras evidências mostram que a privação de sono pode aumentar não só o
apetite como também a preferência por alimentos mais calóricos e ricos
em lipídeos. Do ponto de vista hormonal, existe uma substância chamada
grelina relacionada à fome e outra substância denominada leptina
relacionada à sensação de saciedade. Na privação de sono, ocorre um
desequilíbrio entre as duas, promovendo aumento do apetite e ingestão de
alimentos com alto teor calórico.
Geralmente o excesso de peso provoca acúmulo de gordura na região
cervical, ocasionando um estreitamento das vias aéreas e, desta forma,
aumentando o risco de ronco e apneia. Algumas medidas, como o IMC
(índice de massa corporal) e a medida de circunferência do pescoço podem
ajudar a predizer esses riscos. Assim, ASSIMaSJMJJAaSAAtorna-se
frequente entre obesos a Síndrome da Apneia-Hipopnéia Obstrutiva do Sono
(SAHOS), e pacientes com obesidade mórbida podem ainda apresentar a
Síndrome de Obesidade-Hipoventilação (Síndrome de Pickwick). Neste caso,
o excesso de gordura interfere na movimentação da musculatura
respiratória no tórax e abdômen, consequentemente, o tórax expande menos
e há uma retenção de gás carbônico no corpo, ocasionando diversas
alterações, entre elas uma sonolência excessiva durante o dia.
O diagnóstico é feito levando-se em consideração o quadro clínico do
paciente, e muitas vezes as queixas do cônjuge. O melhor exame para
diagnóstico de ambas as condições é a polissonografia, que permite
avaliação das variáveis respiratórias e estagiamento do sono, além da
medida da saturação de oxigênio no sangue.
O tratamento da apneia (SAHOS) é feito através de aparelhos que promovem
uma desobstrução da via aérea. Geralmente tratando o distúrbio do sono o
paciente já passa a dormir melhor, pois há uma melhora acentuada dos
sintomas, principalmente da sonolência diurna, e quem dorme bem tem uma
melhor ingestão alimentar, e, consequentemente, perde peso mais
facilmente.
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