Fonte: Artigo |
Umuarama
– Depois que dois viveiros de Umuarama foram notificados, no início da
semana, por irregularidades na comercialização de mudas de frutas
cítricas, a Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento)
chama atenção para a correta compra das mudas das plantas e faz
recomendações à liberação das propriedades. Nos canteiros onde foram
encontradas as anomalias os fiscais da Seab apreenderam e destruíram 5,3
mil pés. Laranjas, tangerinas e limões são espécies possíveis de ser
plantadas no Paraná, segundo o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).
Mas há áreas interditadas, que dependem de autorização para a formação
de pomares, porque o Canco Cítrico é uma doença prejudicial à saúde e
condena as plantações. E se o produtor não controlar o mal, outros
pomares podem ser contaminados.
O técnico em manejo e meio ambiente da área de sanidade de citricultura
da Seab, núcleo de Umuarama, José Lazaro Vilani, relata que é mantido
constantemente um serviço para a manutenção da qualidade e sanidade das
mudas cítricas destinadas ao comércio. Orienta que na hora de adquirir
mudas, é necessário solicitar autorização especial para aquisição de
mudas junto a Seab e exigir nota fiscal e a garantia do produto.
Conforme Vilani, mudas sadias e de boa qualidade são fundamentais para
que se obtenham plantas adultas produtivas.
O que é proibido
Considerando os graves danos econômicos causados pelas pragas à
exploração de cultivos vegetais como pomares, florestas, hortas e
jardins, sendo a muda o principal veículo de disseminação, está
proibido, desde janeiro de 2008, em todo o território paranaense, o
comércio de mudas por intermédio da prática da venda ambulante,
caracterizada por ser realizada em praças e vias urbanas, a bordo de
veículos ou não, fora de estabelecimento comercial regularmente
constituído e sem endereço definido. “Os agricultores interessados em
formar pomares comerciais, ou mesmo plantar poucas mudas de citros em
suas propriedades, devem recorrer à mudas legais, vendidas por viveiros
cadastrados legalmente junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (e também à própria secretaria)”, afirma o técnico. Mudas
produzidas em ambiente controlado proporcionam maior segurança ao
citricultor, no que diz respeito à produtividade futura do pomar.
Canco Cítrico
O Cancro Cítrico é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas
axonopodis pv. citri, que provoca lesões nas folhas, frutos e ramos e,
consequentemente, a queda dos frutos e folhas e da produção. A bactéria
do Cancro é de fácil disseminação e um de seus vetores é o homem.
Altamente contagiosa, ela é resistente e consegue sobreviver em vários
ambientes por mais de nove meses. Se esse ambiente for a própria fruta,
folha ou ramo que foi retirado de uma planta contaminada, a
sobrevivência da bactéria é ainda maior. Sobre a prevenção, Vilani
ressalta que não existem medidas curativas, mas a única forma de
eliminar a doença é a erradicação da planta, ou parte doente da mesma.
“Por isso, evitar a entrada da doença no pomar é fundamental”, explica.
Regiões que precisam de autorização
A divisão da área interditada, com necessidade de autorização para o
plantio, vai de Cascavel, no Oeste, até Cornélio Procópio, no Norte. Já
os campos livres passam por Guarapuava, Curitiba e seguem até
Jacarezinho.
A ameaça chamada Greening
Outra praga que da trabalho aos órgãos de controle no Estado é a
Greening. A doença também afeta os citrus, deixando suas folhas
amareladas e mosqueadas, onde podem ser observadas manchas irregulares.
Ocorre a má formação dos frutos e a árvore necessita ser arrancada pela
raiz para não contaminar o pomar inteiro. No Brasil essa patologia foi
encontrada pela primeira vez em São Paulo, na década de 90. Vilani
enfatiza que esse problema sanitário preocupa muito o Paraná. Segundo
ele, é uma bacteriose quarentenária que representa ameaça potencial à
citricultura brasileira e paranaense. “As recomendações se baseiam em
três medidas de controle: adquirir mudas sadias, eliminar as plantas
doentes e fazer o controle químico do vetor com aplicação de
inseticidas”, finaliza o técnico da Seab.
As plantas contaminadas produzem menos frutos. Os que desenvolvem ficam
menores, com menor teor de sólidos solúveis, maior acidez titulável,
menor índice de maturação (“Ratio”), menor quantidade de suco e menor
índice tecnológico.
Fonte: Ilustrado
Nenhum comentário:
Postar um comentário