segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O valor das VITAMINAS


O valor das VITAMINAS

http://www.palavrademedico.kit.net/vitaminas04.jpgAs vitaminas são substâncias orgânicas que devem fazer parte de nossa dieta, pois são essenciais para os processos do corpo. Mesmo em quantidades mínimas, garantem o perfeito desenvolvimento e funcionamento do organismo animal. Possuem funções em todos os aspectos da saúde, principalmente no crescimento e sistema imunológico.

Pertencem a diferentes classes de compostos químicos, apresentando grande diversidade em suas propriedades físicas, químicas e bioquímicas. Algumas ainda não foram detalhadas em suas funções bioquímicas, embora sejam conhecidos fenômenos biológicos para as quais elas são indispensáveis.
As vitaminas, classificadas em dois grupos, baseando-se na diferença de solubilidade:
- Lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K).
- Hidrossolúveis (vitaminas C e do complexo B).

Vitaminas Lipossolúveis
São fortemente associadas com os lipídeos na sua distribuição no organismo. Tanto a deficiência quanto o excesso se refletem em diversos sintomas orgânicos que podem comprometer a saúde, como não são eliminadas pelos rins (urina), em excesso, acumulam em forma de solução na gordura do fígado, o que pode provocar distúrbios orgânicos. O limiar entre excesso e deficiência é estreito, o que exige cuidados na administração terapêutica.

Vitamina A
A vitamina A, é encontrada em vários alimentos, e quase a totalidade consumida desta, é obtida sinteticamente.
Em caso de deficiência, uma das primeiras manifestações constitui-se na queratinização dos tecidos epiteliais. Uma principal e inequívoca conseqüência é a cegueira noturna, isto é, dificuldade de adaptação da visão ao escuro, em casos mais graves, o endurecimento da córnea que pode levar à cegueira total (xeroftalmia).
Essa vitamina em excesso é tóxica. Doses da ordem de 20.000 UI (unidades internacionais) diárias de um a três meses poderão ser suficientes para provocar sintomas de toxidez, incluindo perda de apetite, hiper-irritabilidade, lesões da pele, descalcificação dos ossos e aumento da pressão intracraniana.
As principais fontes de vitamina A são os vegetais amarelos e verdes e as frutas ricas em caroteno, por exemplo, cenoura, abóbora, batata doce, espinafre, mamão, banana, melão. Existem poucas fontes de origem animal, embora o fígado seja uma exceção.

Vitamina D
A vitamina D tem a função biológica de controlar o metabolismo do cálcio e do fósforo, sendo essencial para a formação dos ossos e dentes.
Ocorrem no reino animal, suas principais fontes são, óleo de fígado dos peixes, gema de ovo, leites e derivados, também existindo em algumas plantas. É fortemente enriquecida pela luz solar.
Em crianças, a principal manifestação de falta de vitaminas D é o raquitismo; em adultos pode haver aparecimento de deformações ósseas e também a formação dentária pode ser afetada.
A necessidade da ingestão de vitamina D diminuirá, nos adultos proporcionalmente ao tempo que ficarem expostos à luz do sol.
As funções bioquímicas da vitamina D na prevenção do raquitismo, que por sua vez está relacionada com o seu efeito benéfico na assimilação do cálcio, só agora começam ser entendidas.
Admite-se que a ação do complexo proteína-hormônio D3 estimule certos genes que codificam um tipo especial de RNAm, e este por sua vez, traduz o código genético para a síntese da proteína transportadora de cálcio.

Vitamina E
É constituído por uma mistura de vitaminas das quais a mais importante é o ∝-tocoferol que existe na natureza acompanhado de outros, cuja função é inibir ou retardar a oxidação de tecido animal, principalmente dos ácidos graxos insaturados e vitamina A. Foi observado que a falta ou deficiência dessa vitamina em animais pode causar, dependendo da espécie, distrofia muscular, anormalidades no sistema vascular e esterilidade.
A vitamina E ocorre em quase todos os alimentos, de origem animal ou vegetal associada às gorduras, são eles, alface, couve-flor, espinafre, couve, repolho, sendo que as sementes, particularmente o gérmen de cereais, principalmente o de trigo, as vísceras, os músculos, os fígados, os ovos e o leite são as melhores fontes dessa vitamina.
Como são fortes redutores, são anti-oxidantes naturais existentes nos óleos vegetais; e entre eles o ∝-tocoferol é o de maior poder anti-oxidante. A rancificação dos alimentos destrói completamente as vitaminas E.

Vitamina K
As vitaminas K são também conhecidas como fator coagulante ou fator anti-hemorrágico. Têm a capacidade de normalizar a produção de protrombina que é a enzima responsável pela coagulação rápida do sangue. São amplamente distribuídas na natureza, mas em quantidades pequenas.
A freqüência com que essas vitaminas se encontram em alimentos naturais e a capacidade que bactérias da flora intestinal possuem de sintetizar esses compostos, faz com que as suas deficiências no homem adulto sejam raras.
As vitaminas K ocorrem em diferentes formas e podem ser divididas em dois grupos: vitamina K1 e vitamina K2.
A vitamina K1 isolada pela primeira vez da alfafa é um óleo amarelo com ponto de fusão 20ºC.
A vitamina K2 isolada pela primeira vez de farinha de peixe em decomposição é um sólido amarelo com ponto de fusão entre 50ºC e 54ºC.
Pouco é conhecido do comportamento das vitaminas K no processamento de alimentos. Alguns alimentos que ocorrem vitamina K são, brócolis, repolho, couve, espinafre e nabo.

Vitaminas Hidrossolúveis
Este grupo de vitaminas, solúveis em água, ao contrário das lipossolúveis, se caracteriza por possuir funções coenzimáticas específicas no metabolismo, atuando em reações bioquímicas bem conhecidas. A exceção é a vitamina C (ácido ascórbico), para a qual ainda não se tem comprovação final quanto à sua atuação como coenzima. As vitaminas hidrossolúveis não podem ser armazenadas, são facilmente eliminadas pelos rins (urina), ao contrário das lipossolúveis. Assim, o excesso de sua ingestão, normalmente não acarreta perigo para o organismo.

Vitamina C
A vitamina C existe na natureza sob duas formas: reduzida (ácido ascórbico) e oxidada (ácido deidroascórbico), ambas biologicamente ativas. A vitamina C é uma poderosa substância redutora, por conseqüência, facilmente oxidada. No processo oxidativo, o primeiro produto a ser formado é o ácido deidroascórbico, biologicamente ativo; a próxima etapa de oxidação é irreversível, formando o acido dicetogulônico que não apresenta nenhuma propriedade vitamínica.
Plantas e animais produzem ácido ascórbico em seus organismos a partir da glucose. Fazem exceção as cobaias, os primatas, incluindo a espécie humana, que não possui a capacidade de sintetizar ácido ascórbico. Apenas para essas espécies o ácido ascórbico é considerado vitamina.
A vitamina C combate o escorbuto, doença caracterizada por hemorragias e dificuldades de cicatrização, além de inflamação e sangramento das gengivas (gengivite). O ácido ascórbico tem função importante nas reações de hidroxilação, sendo essencial para a síntese normal de colágeno e elastina. Precisamos de vitamina C para construir e manter os tecidos corporais em geral, incluindo matriz óssea, cartilagem, dentina, colágeno e o tecido conjuntivo.
É exigida durante os períodos de crescimento da infância, também necessária durante a gestação para suprir as demandas para o crescimento fetal rápido e o desenvolvimento dos tecidos maternos.
A acerola, o caju, a goiaba, as frutas cítricas e o tomate são fontes de vitamina C em potencial. A batata, a batata doce, o repolho, o brócolis, outras hortaliças e frutas amarelas e verdes também são fontes consideráveis de vitamina C, embora menos lembradas. Entretanto é importante salientar que esta é facilmente oxidada. Então, o manuseio, a preparação, o cozimento e o processo de qualquer fonte alimentar da vitamina deveriam ser considerados na avaliação da contribuição da vitamina do alimento na dieta.

Vitaminas do complexo B
As substâncias pertencentes ao grupo das vitaminas do complexo B, embora tenham muitas propriedades biológicas em comum, pertencem a classes de compostos químicos muito diferentes. Atribuem-se certas deficiências apresentadas pelo organismo, não à falta de uma única vitamina na dieta alimentar, mas a todo o complexo B.

Vitamina B1 (Tiamina)
Também chamada, tiamina, aneurina e orizanina, largamente distribuída na natureza em animais e vegetais e encontrada em grandes quantidades em leveduras e gérmen de cereais. É essencial ao funcionamento do sistema nervoso e uma dieta prolongada deficiente em tiamina causa béri-béri e polineurite, doenças que se manifestam principalmente por perturbações no sistema nervoso, hipertrofia do coração, podendo mesmo causar a morte por falha cardíaca. Tem importante papel no metabolismo de cetoácidos e seu ácido pirofosfórico é a cocarboxilase necessária para a descarboxilação enzimática do ácido pirúvico.
A carne bovina e suína, o fígado, grãos inteiros e legumes são exemplos de fontes de vitamina B1.

Vitamina B2 (Riboflavina)
A vitamina B2, também denominada riboflavina ou lactoflavina é um importante cofator de reações enzimáticas e sua deficiência causa doenças que se manifestam por inflamação da língua e da boca. Em casos mais graves, por perturbações do aparelho digestivo. Necessária também ao crescimento, essa vitamina é encontrada sempre em pequenas quantidades, principalmente na forma de nucleotídeos.
O leite é a fonte mais importante de riboflavina.

Ácido nicotínico e Nicotinamida
O ácido nicotínico, também conhecido como niacina ou fator preventivo da pelagra, e a nicotinamida são considerados os fatores preventivos da pelagra, embora, essa doença não seja causada apenas por uma alimentação deficiente nesses compostos. As principais fontes são as carnes, cereais e fígado.
O ácido nicotínico tem como precursor o triptofano, é uma das vitaminas mais estáveis; ácidos, bases, calor, luz e agentes fracamente oxidantes, não afetam a sua estrutura, principalmente nas temperaturas empregadas no processamento de alimentos.

Ácido pantotênico
O ácido pantotênico é um composto branco cristalino. É prontamente absorvido no intestino e combina com fósforo para formar a co-enzima ativa. É nesse composto de controle-chave da co-enzima A, que o ácido pantotênico tem tal presença metabólica e uso por todo o organismo, sendo vital nas reações metabólicas envolvendo o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Não há conhecimento de toxicidade ou de deficiência natural.
As fontes de ácidos pantotênicos são igualmente amplas tanto quanto é ampla sua presença nos tecidos humanos. Fontes ricas incluem tecidos metabolicamente ativos como o fígado e rim. A gema de ovo e o leite contribuem mais.

Ácido p-aminobenzóico (PABA)
Já foi demonstrado que o ácido p-aminobenzóico é um fator de crescimento e embora o seu efeito biológico tenha sido demonstrado para uma série de organismos, como bactérias fungos e ratos, o seu efeito no organismo humano não é conhecido. Ocorre em tecidos animais e vegetais, na forma livre ou unidos por ligações peptídicas a outros compostos, como no caso do ácido fólico.

Ácido Fólico
Vários microorganismos necessitam, para o seu crescimento, de certos princípios ativos que são obtidos de fontes naturais. Foi observado que nesses mesmos princípios ativos também são necessários ao crescimento de frangos e, no homem, têm ação contra a anemia perniciosa., O ácido fólico é amplamente distribuído nos alimentos. Boas fontes incluem vegetais com folhas verdes, leveduras, fígados, rins, legumes, cogumelos e poucas frutas.

Vitamina B6
Os sintomas observados pela deficiência ou falta das vitaminas B6 são anemia, lesões dérmicas e convulsões.
São encontradas livres ou na forma combinada. As principais fontes são as sementes de cereais, levedo de cerveja, semente de girassol, carne, fígado, peixes e leite de vaca.
Alguns livros trazem o termo piridoxina e vitamina B6 para denominar um mesmo composto, a tendência atual é de usar o termo vitamina B6.

Vitamina B12
Também chamada de cianocobalamina é a vitamina que previne a anemia perniciosa. Parece ser o fator mais importante para a formação das células vermelhas do sangue e foi isolada pela primeira vez de fígado e mais tarde foi observado que essa vitamina era produzida em grandes quantidades pelo Streptomyces griséus, que é a fonte atual de vitamina B12 para o uso farmacêutico.
Não é encontrada em tecidos vegetais. As principais fontes são o fígado, rim, coração, ostras, carnes em geral, peixe, ovos e leite.

Biotina e inositol
A biotina e o inositol a princípio foram considerados como um único composto denominado bios, um fator de crescimento essencial somente a microorganismos. Mais tarde o bios foi separado em dois compostos (biotina e inositol) e foi verificada a sua necessidade também para o crescimento e bem estar de animais.
A biotina é um composto nitrogenado cuja função é a formação de gorduras e utilização de CO2. A melhor fonte de biotina é a geléia real; no entanto devido à facilidade com que esse composto é sintetizado no trato intestinal deficiências de biotina no homem são dificilmente observadas.
O fígado, principalmente de galinha, constitui-se numa boa fonte de biotina.
O inositol é considerado um dos fatores essenciais à existência, mas a sua atividade biológica no homem é ainda desconhecida. As melhores fontes do inositol são frutas cítricas, gérmen de trigo, soja e tecidos animais.

Referências Bibliográficas
CHAVES, N. Nutrição básica e aplicada, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1978.
DUTRA de OLIVEIRA, J. E.; SANTOS, A. C.; WILSON, E. D. Nutrição básica, São Paulo, Sarvier, 1989.
SGARBIERI, V. C. Alimentação e nutrição – fator de saúde e desenvolvimento, Campinas, Editora da UNICAMP, 1987.

Carolina Ritter Ribeiro formada em Nutrição pela Unisinos com Pós graduação em Nutricão Clínica Funcional e Pós graduação em Obesidade e Emagrecimento.




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