Depressão, ociosidade, ansiedade, agenda lotada, distúrbios psicológicos, disfunção no metabolismo. Não faltam justificativas para aquelas pessoas que não conseguem ficar nem 30 minutos sem mastigar. "Comer toda hora é um dos recursos que adotamos para aliviar algum desconforto ou simplesmente para obter prazer", diz o psiquiatra Arthur Kaufman, do Hospital das Clínicas (SP).
O problema é que a tendência é sempre recorrer a doces e guloseimas. A explicação para esses desejos calóricos está relacionada a reações químicas que ocorrem no organismo. Por exemplo, é a glicose (presente nos quitutes com açúcar) que manda para o cérebro o triptofano, uma das substâncias que compõem a serotonina, neurotransmissor responsável por melhorar o humor e reduzir a ansiedade.
MUITO ALÉM DA ESTÉTICA
Quando as visitas à cozinha ou à lanchonete tornam-se um hábito persistente, o ponteiro da balança quase sempre aumenta. E, na sociedade em que vivemos, estar acima do peso gera ainda mais ansiedade. Sentimentos como culpa e arrependimento são comuns, principalmente depois que esses impulsos são saciados. E tudo isso dá ainda mais fome.
Quando as visitas à cozinha ou à lanchonete tornam-se um hábito persistente, o ponteiro da balança quase sempre aumenta. E, na sociedade em que vivemos, estar acima do peso gera ainda mais ansiedade. Sentimentos como culpa e arrependimento são comuns, principalmente depois que esses impulsos são saciados. E tudo isso dá ainda mais fome.
"Muitas pessoas entram em depressão porque engordam, daí comem para aliviar essa angústia e compensar. É uma bola de neve", afirma Sonia Trecco, nutricionista, especialista em tratar 'beliscadores' (SP). Para as sortudas que não ganham quilinhos a mais mesmo devorando algumas barras de chocolate por dia, o prejuízo vem um pouco mais adiante e atinge a saúde: provoca colesterol alto, hipertensão e diabetes do tipo 2, geralmente relacionado a maus hábitos alimentares.
A RAIZ DO PROBLEMA
Não se pode dizer que beliscar é o mesmo que ter compulsão alimentar - aquela fome exagerada em que uma pessoa é capaz de consumir cerca de 2.000 calorias em meia hora. "O petisco intermitente é um vício de comportamento, quase sempre ligado a momentos específicos", analisa a endocrinologista Fernanda D'Elia, de São Paulo. Tem gente que come quando vê tevê, está sozinha ou ainda no trabalho, diante do computador.
Não se pode dizer que beliscar é o mesmo que ter compulsão alimentar - aquela fome exagerada em que uma pessoa é capaz de consumir cerca de 2.000 calorias em meia hora. "O petisco intermitente é um vício de comportamento, quase sempre ligado a momentos específicos", analisa a endocrinologista Fernanda D'Elia, de São Paulo. Tem gente que come quando vê tevê, está sozinha ou ainda no trabalho, diante do computador.
Os horários também influenciam. É no final da tarde que os níveis de serotonina despencam, fazendo a vontade de comer uma coisinha gostosa dominar nossos instintos. Então, para não dar vazão ao desejo, uma dica é tentar visualizar cada momento de tentação e entender os motivos que os desencadearam. Para isso, anote tudo o que consome.
"Escreva o horário, a quantidade de comida, com quem estava e qual era o ambiente. Assim dá para perceber muita coisa em relação aos fatores que levaram àquela atitude e tentar cortar o mal pela raiz", aponta Arthur Kaufman. "É fundamental querer mudar a rotina, caso contrário só mesmo uma psicoterapia resolve", diz o expert.
Conclusão: apesar de ser um processo difícil, é possível, sim, livrar-se da mania de petiscar a toda hora. Basta identificar o porquê de tanta comilança e traçar metas que ajudam a eliminar o problema. Para resistir, tem que ter muita disciplina e vontade de mudar. Força!
FONTE: Corpo-a-corpo
FONTE: Corpo-a-corpo
Carolina Ritter Ribeiro formada em Nutrição pela Unisinos com Pós graduação em Nutricão Clínica Funcional e Pós graduação em Obesidade e Emagrecimento.
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