Pressão alta e colesterol destacam-se como principais problemas apresentados pelos pacientes internados
Fonte: Google Imagens |
O Serviço de Psicologia do HCor – Hospital do Coração realizou um levantamento inédito e identificou algumas doenças mais frequentes nos pacientes internados que são fumantes. Durante a pesquisa foram avaliados 89 pacientes internados e o resultado apontou que a maioria desses pacientes apresentam fatores de riscos cardíacos como pressão alta (51%), colesterol alto (44%), infarto e derrame (33%) e diabetes (8%).
Dentro deste contexto, 30% são do sexo feminino e 70% do sexo masculino, sendo que 80% dos pacientes participantes não manifestaram interesse em realizar o tratamento para abandonar a dependência do cigarro. Em jovens adultos de ambos os sexos, o cigarro é fator de risco para o coração.
O levantamento revelou ainda que a maioria dos fumantes entrevistados possuem idade entre: 46 a 56 anos (32%), 57 a 67 anos (27%) e 68 a 78 anos ( 22%). Dos entrevistados, 43% fumam de 11 a 20 cigarros por dia e a média do tempo dos fumantes entrevistados é de 36 anos. O risco relativo do cigarro aumenta conforme o número de anos que o paciente fuma. Acima de 60 anos, o risco de infarto agudo do miocárdio é de 25% e abaixo desta idade o risco é de 45%. O paciente infartado que volta a fumar tem um alto índice de recidiva.
Segundo Silvia Cury Ismael, responsável pelo Serviço de Psicologia do HCor, durante o levantamento foi detectado que o fumante não pode ser tratado apenas com medicação.
— Conseguimos verificar que o apoio psicológico é fundamental ao paciente fumante. Um doa achados nos mostra que 39% dos entrevistados possuem um nível baixo de dependência da nicotina o que sugere por estudos anteriores, uma dependência psicológica maior - isto mostra que o fumante não pode ser apenas tratado do ponto de vista físico, mas também do psicológico — esclarece Silvia.
O tabagismo é um dos seis maiores fatores de risco isolados para o coração. Os outros cinco são colesterol alto, hipertensão, sedentarismo, obesidade e diabetes. Mesmo na ausência dos outros fatores, fumar aumenta o risco de doenças do coração. Por si só, o fumo aumenta a pressão arterial e a tendência de formação de coágulos sanguíneos, além de diminuir os níveis de colesterol “bom” (HDL) no sangue e a capacidade para realizar exercícios. Em pessoas que foram submetidas à cirurgia do coração, a dependência do cigarro aumenta a chance de recorrência da doença coronariana.
Doenças mais frequentes nos pacientes entrevistados:
:: Pressão alta
:: Colesterol alto
:: Falta de ar
:: Infarto
:: Chiado no peito
:: Rouquidão.
Aspectos emocionais que motivam o paciente a fumar:
:: Estimulação externa
:: Entusiasmo
:: Dificuldade de ficar sem fumar em locais proibidos
:: Ter dó de si mesmo
:: Insatisfação no trabalho
:: Insatisfação em relação à vida sexual
Mudança de comportamento
Para se livrar da dependência, o fumante que já caiu nas garras do cigarro não deve recorrer apenas a um tipo de tratamento. Segundo Silvia Cury, a dependência química é apenas um dos fatores que desestimulam o paciente e o fazem parar.
— Estresse e ansiedade também atrapalham. Se o paciente não aprender a lidar com as situações de estresse e ansiedade, provavelmente a recaída será maior. Existem ainda os gatilhos, como fumar após as refeições, após o café, ao dirigir, ao telefone, no computador, durante as atividades intelectuais. Por isso, é fundamental que o paciente modifique a sua rotina e conte com um acompanhamento multidisciplinar para resistir às recaídas. É preciso que ele tome as rédeas da situação e se sinta seguro de sua decisão — conclui a psicóloga.
O tratamento de doenças causadas pelo tabagismo custa mais de 200 bilhões de dólares para os cofres públicos em todo o mundo. No Brasil, se gasta 338 milhões de reais somente para tratar câncer de pulmão. Só no Brasil o tabaco faz anualmente 200 mil vítimas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o fumo é o causador principal de mais de 50 tipos de doenças, entre elas, os problemas cardiovasculares, respiratórios e o câncer.
Fonte: Bem-estar Clic RBS
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