A maior parte das mulheres sonha em um dia engravidar e ter uma família bonita e saudável.
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No entanto, ao ficar mais próxima de realizar este sonho, é tomada por dúvidas sobre as mudanças em seu corpo e quais as melhores maneiras de alcançar o bem-estar próprio e do bebê.
Para esclarecer algumas questões mais frequentes, o Dr. José Bento de Souza, ginecologista e obstetra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes e pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP), comenta os mitos e verdades das três fases de uma futura mamãe (pré-concepção, período gestacional e pós-parto).
1. Qual é a melhor maneira de planejar uma gravidez?
O casal que pretende ter uma gravidez planejada deve, em primeiro lugar, procurar um médico. O especialista poderá realizar avaliações clínicas e solicitar exames laboratoriais para verificar o estado geral de saúde da mulher. Algumas alterações no organismo feminino podem aumentar as possibilidades de malformações e parto prematuro, por isso, é importante antecipar estas probabilidades. Quando a gravidez é confirmada, é essencial que a mulher faça o pré-natal*, pois neste período são realizados exames de rotina para verificar a condição do bebê e detectar qualquer problema na saúde da mãe. A cada trimestre gestacional são recomendados a realização de exames como análises de sangue, ultrassom, curva glicêmica. Vale ressaltar que muitas mulheres desenvolvem o diabetes gestacional. Então, a medição com monitores de glicose nessa fase é fundamental.
2. A mulher em idade avançada consegue engravidar? Quais são os cuidados que precisam ser tomados?
Hoje em dia, adiar a gravidez se tornou muito comum entre as mulheres. O número de mulheres que têm o primeiro filho entre os 30 e 40 anos aumentou significativamente. Isso está ligado a muitos fatores, como o desejo de firmar-se na carreira antes de constituir uma família, a espera por um relacionamento estável, por estabilidade financeira ou mesmo a dúvida de ter ou não um filho. É importante que as mulheres saibam que a idade afeta a capacidade de obter e manter uma gravidez sem percalços, no entanto, existem testes, tratamentos e técnicas avançadas, como a fertilização in vitro, que podem e devem ser feitos em mulheres que decidem ter filhos com mais idade.
3. Por que o médico prescreve vitaminas antes da gravidez?
Existem diversos estudos científicos que comprovam que a suplementação de vitaminas cerca de 3 meses antes da gravidez diminui a ocorrência de malformações nos neurônios, coração, face e nos membros do bebê. Há também evidências que comprovam a diminuição da incidência de abortamentos, pré-eclâmpsia (alta pressão arterial, retenção de líquido e presença de proteína na urina, com sintomas que podem evoluir para convulsão e coma), diabetes gestacional, trombose e nascimentos prematuros. Desta forma, as vitaminas são prescritas para suprir as atividades fisiológicas que surgem com a gravidez, período em que ocorre um aumento das necessidades nutricionais diárias. Para uma maior eficiência, o suplemento precisa ter nutrientes como ácido fólico, sais minerais, oligoelementos e vitaminas A, B1, B2, B6, B12, C, D, E, niacina, cálcio, ferro e zinco. O ácido fólico, em especial, é muito importante na fase pré-gestacional e no início da gravidez, pois previne lábio liporino, malformação do sistema neurológico do feto, evitando problemas como a anencefalia (defeito na formação do cérebro).
4. A mulher precisa mudar os hábitos alimentares durante a gravidez?
A boa alimentação é fundamental para garantir ao bebê todos os nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento, uma vez que é do corpo da mãe que virá toda a matéria-prima para a sua formação. Com a nutrição adequada, a mulher garante uma gestação mais tranquila, sem a ocorrência de anemias, hemorragias e diabetes gestacional. O estado nutricional é determinante para a saúde da grávida, sendo que neste período, a maioria das mulheres deve acrescentar cerca de 300 calorias à sua dieta diária para nutrir o feto em desenvolvimento, preferencialmente distribuídas em cinco refeições (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), preparadas com ingredientes que são fontes de proteínas, ferro, cálcio e ácido fólico, preferencialmente com um baixo teor de gordura.
5. As vitaminas trazem benefícios para a saúde da mulher grávida?
O estado nutricional é um dos principais determinantes da saúde e do bem-estar da grávida. Além disso, é comprovada a relação entre o estado nutricional materno e o desenvolvimento do feto. A deficiência de micronutrientes (vitaminas e sais minerais) pode ocorrer até mesmo em gestantes saudáveis, que se alimentam adequadamente, sendo a suplementação de vitaminas importante para a redução significativa da incidência de malformações neurológicas, cardíacas, faciais, urinária ou defeitos de membros. Há também evidências que comprovam a diminuição da incidência de abortamentos, pré-eclâmpsia (alta pressão arterial, retenção de líquidos e presença de proteína na urina, com sintomas que podem evoluir para convulsão e coma), diabetes gestacional, trombose e nascimentos prematuros.
6. Qual é o peso ideal de uma grávida ao final de uma gestação?
O peso ideal de uma grávida oscila entre nove e doze quilos a mais de seu peso normal considerando toda a gestação, ou seja, cerca de 1,5 a 2 quilos por mês a partir da 16ª semana. Desta forma, é importante a restrição ao consumo de alimentos calóricos, como refrigerantes, balas e doces industrializados.
7. Grávidas podem fazer exercício físico?
A grávida que opta por fazer exercícios físicos fica mais preparada para o parto, sofre menos com inchaços e dores lombares, além de manter um controle sobre o seu peso. A prática de atividade física também irá beneficiar o equilíbrio emocional da gestante, pois é um momento em que ela fica em contato com o próprio corpo, sentindo como o bebê reage aos seus movimentos. É importante ressaltar que o médico precisa ser consultado antes de ser iniciada qualquer atividade física, sendo normalmente indicada a prática de exercícios físicos de baixo impacto, como caminhadas moderadas, alongamentos e hidroginástica.
8. Quais cuidados que a mulher pode ter com a beleza durante a gestação?
Os cuidados com a beleza influenciam positivamente no estado emocional da grávida. No entanto, deve-se redobrar a atenção aos tipos de produtos utilizados, para que eles não ofereçam risco ao desenvolvimento do bebê. Normalmente, o que mais preocupa as gestantes é o surgimento de estrias, que podem aparecer no abdômen, nas mamas, nas nádegas e nas coxas, pois a pele fica mais fina e esgarçada ao ser esticada. Uma boa alimentação, o acompanhamento pré-natal e o uso diário de hidratantes e emolientes de boa qualidade são importantes nessa fase. Produtos ajudam a prevenir o rompimento das fibras de colágeno da pele da gestante. Isso porque se trata de um hidratante para a prevenção de estrias, elaborado com os mais altos padrões de qualidade em geral aplicados somente a produtos farmacêuticos e é hipoalergênico, ou seja, apresenta uma formulação livre de corantes e perfumes. Como o produto é específico para a gestante, também não contém uréia, princípio ativo comum em hidratantes, mas que pode causar malformação do feto. Esse tipo de creme forma uma película protetora e penetra nas camadas mais profundas da pele garantindo maior eficácia. Em geral, não é indicado que as futuras mamães utilizem produtos químicos como tinturas e descolorações, além de realizar procedimentos como permanentes ou alisamentos, principalmente nos quatro primeiros meses da gravidez, período em que ocorre o desenvolvimento da maioria dos órgãos do feto.
9. As mulheres que estão amamentando podem tomar vitaminas?
Sim, os suplementos polivitamínicos desenvolvidos especialmente para mulheres grávidas e em fase de amamentação também são importantes para enriquecer a qualidade do leite materno. Durante a gestação, o feto recebe os nutrientes maternos ainda na placenta e, ao nascer, este processo continua, porém a transferência para o bebê ocorre durante a amamentação. Bons índices de vitaminas na lactação, como as do complexo B, auxiliam no desenvolvimento físico e mental da criança, permitindo um crescimento saudável, com funções motoras adequadas e um futuro desempenho escolar satisfatório.
10. É arriscado ter uma gravidez após o parto? Como prevenir?
Não, mas logo após o parto, a possibilidade de engravidar é muito pequena, especialmente quando a mulher amamenta o bebê. Nesta fase, o uso de métodos contraceptivos hormonais é contraindicado, pois parte do hormônio pode ser transmitido para o bebê durante o aleitamento e interferir em seu desenvolvimento. No entanto, existem métodos anticoncepcionais que podem ser usados neste período, tanto para que o casal possa planejar o próximo filho, quanto para que o intervalo entre os partos seja adequado. Os métodos mais indicados são os que contém somente o hormônio progesterona, como o SIU – Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel, hormônio derivado da progesterona produzido naturalmente pelo organismo. Esse dispositivo é uma espécie de DIU (dispositivo intrauterino), mas que contém hormônio que é liberado diretamente no útero. A mulher pode ficar com o DIU por cinco anos, sendo que o método pode ser retirado quando desejar. Trata-se de um método altamente eficaz, de segurança comparável a laqueadura tubária, reversível e que não apresenta riscos durante a amamentação.
*Consulte seu médico para avaliar quais são as suas condições específicas.
Redatora: Clarissa Mirzeian
Fonte: Band
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