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Consumo excessivo de lanches, geralmente nada saudáveis, entre as refeições é hoje rotina na vida de crianças e adolescentes. A realidade mostra um caminho contrário ao da busca pela saúde. Sobrepeso, obesidade, diabetes e hipertensão crescem cada vez mais nesta parcela da população, preocupando pais e familiares.
Para a nutricionista Graça Cavalcante, responsável pelo programa de Reeducação Alimentar do Hospital Geral do Estado (HGE), o consumo de alimentos saudáveis auxilia no bom crescimento e desenvolvimento do organismo, além de evitar doenças.
“Hoje é comum encontrar crianças com doenças associadas a outras patologias, como hipertensão, diabetes, hipotireoidismo e outros distúrbios hormonais. A presença dessas patologias pode afetar o metabolismo infantil, atrapalhando o crescimento e desenvolvimento, podendo também acarretar em doenças futuras na fase adulta”, alertou.
A nutricionista explica que o surgimento do sobrepeso e obesidade entre os jovens se dá pelo excesso de consumo de alimentos de alto valor calórico e baixo consumo de frutas, leguminosas e hortaliças. “É uma realidade bastante triste e preocupante. Cada vez mais cedo os jovens desenvolvem doenças que antes eram comuns somente aos adultos devido à má alimentação”.
Segundo ela, crianças e adolescentes apresentam particularidades que devem ser observadas. Para ambos os sexos, quanto mais precoce é o início do distúrbio do peso, maior a susceptibilidade ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na vida adulta, sendo a faixa de 4 a 8 anos de idade a de maior ocorrência. E esse quadro pode ser ainda mais agravado caso a criança seja sedentária.
“A atividade física é fundamental na vida da criança e do adolescente, uma vez que o exercício acelera o metabolismo, ajuda no crescimento e desenvolvimento psicológico e do corpo. Além de promover o desenvolvimento social, trazendo bem-estar, assim como inúmeros benefícios à saúde e à qualidade de vida”, orientou.
De acordo com Graça Cavalcante, a alimentação deve ser balanceada, com o valor calórico compatível com o crescimento corporal e aporte satisfatório de vitaminas e minerais.
“A ingestão de alimentos in natura deve ser estimulada pelos pais em qualquer tempo de vida, no entanto, se for praticada nos primeiros anos de vida os benefícios serão maiores, pois a possibilidade de se desenvolver problemas de saúde sérios, como a diabetes e a obesidade, que são doenças relacionadas com práticas alimentares definidas como impróprias, é praticamente anulada”, explicou a nutricionista.
Ela orienta a família a adotar e reproduzir atitudes alimentares positivas, como o consumo de no mínimo três porções de frutas ao dia e a substituição de refrigerantes por suco de frutas com pouco açúcar.
Segundo a especialista, os pais devem minimizar o uso de frituras nas preparações proteicas como a carne, por exemplo. “Prefira os métodos de técnicas dietéticas, grelhar, assar e cozinhar. E inclua guloseimas apenas nos finais de semana e com moderação”, explicou.
Nenhum alimento deve ser proibido, de acordo com a nutricionista. “O certo é explicar, conscientizar a criança ou o adolescente sobre a importância de uma alimentação saudável e, principalmente, dos malefícios que trazem o excesso do consumo de alimentos ricos em gorduras, açúcares e de alto valor calórico”, orientou.
Fonte: Primeira Edição
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